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sábado, 14 de agosto de 2010

BOLSA FAMÍLIA


BEM VINDO AO GRUPO LEU LEUTRAIX


Rodrigo Constantino
“Se pudermos impedir o governo de desperdiçar o trabalho do povo, sob o pretexto de cuidar dele, este será feliz.” (Thomas Jefferson)
O presidente Lula chamou de “imbecis” e “ignorantes” todos aqueles que criticam o programa Bolsa Família por acharem que ele pode incentivar a preguiça. Tendo eu me manifestado como sendo um desses “imbecis”, recebi prontamente aplausos de esquerdistas, que finalmente puderam concordar com algo que eu tenha escrito – ainda que apenas o título do artigo. Muitos consideram a esmola estatal uma questão de “direito” ou de “justiça”, e chegam a monopolizar os fins nobres, i.e., somente quem defende o meio estatal para combater a miséria, condena a miséria em si.
Nada mais falso, naturalmente. Mas como combater um programa tão popular – ou seria populista? – é uma tarefa politicamente incorreta, poucos parecem dispostos a fazê-lo, especialmente políticos da oposição e articulistas com receio da “opinião pública”. Não sendo eu nem um nem outro, pretendo apresentar a seguir mais argumentos criticando o programa, que deveria simplesmente ser abolido em prol, paradoxalmente, dos mais pobres.
Recapitulando o que já foi dito, a esmola estatal cria dependência, pois o cão não morde a mão que o alimenta. Além desse fator eleitoreiro, há o incentivo à informalidade ou mesmo ociosidade, já que o governo sustenta a pessoa por prazo indeterminado. Mais: os riscos de corrupção e desvios de verbas são enormes, sem falar do próprio custo do aparato burocrático. De cada real retirado dos pagadores de impostos, uma boa parte fica no caminho, para bancar os burocratas “altruístas”. Por fim, se o governo realmente quisesse ajudar os mais pobres, ele retiraria tantos obstáculos criados por ele mesmo para a criação de riqueza pela iniciativa privada, algo que não interessa aos parasitas no poder.
Nesse artigo, meu objetivo será acrescentar argumentos sobre a viabilidade da ajuda voluntária aos mais carentes, tornando o programa estatal desnecessário, quando não prejudicial. Antes, porém, faz-se necessário recordar que nem sequer faz sentido falar em solidariedade compulsória, aquilo que o programa de esmolas estatais de fato representa. Somente quando há um ato voluntário de caridade podemos falar em moralidade, pois não há nada muito nobre em ajudar um pobre sob a mira de uma arma, que é exatamente aquilo que o imposto do governo faz. Mas parece – e estou especulando aqui – que os esquerdistas não confiam na caridade espontânea dos indivíduos, talvez por projetarem o que são nos demais. Ocorre que no passado, antes do crescimento assustador do welfare state no mundo, isso era exatamente o que acontecia: a iniciativa privada, através das igrejas, de associações e de empresários filantrópicos, fornecia ajuda aos mais necessitados.
No entanto, havia o estigma de ser um “parasita” e viver da produção alheia, aos adeptos dos programas voluntários de ajuda. As pessoas sentiam vergonha pela sua situação de dependência, e por isso mesmo desejavam sair dela o quanto antes. A visão predominante era de que a ajuda deveria contribuir para que a pessoa rapidamente pudesse atingir sua independência novamente, se sustentando por conta própria. O objetivo sempre foi ajudar essas pessoas a sair do programa de ajuda, ao contrário da esmola estatal, que cria uma dependência permanente. Mesmo nos Estados Unidos a quantidade de beneficiados pelos programas estatais de auxílio cresceu de forma explosiva, ainda que a economia estivesse crescendo. Dois dos presidentes que mais expandiram tais programas, Roosevelt e Nixon, foram também os presidentes que mais avançaram sobre as liberdades individuais, o último inclusive chegando a renunciar por causa disso. Durante o período de 1952 e 1970, por exemplo, os beneficiados saltaram de 2 para 10 milhões, e a quantia média recebida mais que dobrou. Nada é tão permanente quanto um programa temporário de governo.
No século XIX, a agência privada Charity Organisation Society oferecia de forma voluntária ajuda aos mais necessitados. Entretanto, havia uma grande preocupação em manter uma ajuda realmente temporária, pois poucos podem contar com fundos “infinitos” como o governo, que tem o monopólio da força para arrecadar impostos. Portanto, a agência tinha que ser eficiente na ajuda, e também evitava aqueles pobres que não mereciam ajuda, pois não apresentavam nenhuma vontade de realmente sair daquela situação. A sociedade acreditava que dar ajuda sem investigar os problemas por trás da pobreza criava uma classe de cidadãos que sempre seriam dependentes dos outros. Ela seria formada, pelos padrões do presidente Lula, por “imbecis” e “ignorantes”.
A Igreja Mórmon é outro exemplo de solidariedade voluntária, pois opera um plano privado de ajuda a seus membros, sendo que o princípio de ajudar cada um a atingir a independência rapidamente também está presente. O trabalho produtivo é uma meta constante, mesmo que seja para fazer algum serviço na própria igreja até encontrar algo melhor. Seria impensável imaginar essas agências privadas comemorando o aumento de necessitados na lista de ajuda, como ocorre quando se trata do governo. Afinal, o governante, que usa o suor alheio, pode sempre posar de caridoso e alardear quanta gente pobre seu governo está ajudando, sem falar que cada um desses representa um eleitor a mais, no mínimo. Como fica claro, os incentivos são bem diferentes entre governo e iniciativa privada.
O conceito de que o trabalho produtivo garante a dignidade do ser humano está ficando ultrapassado após a revolução cultural disseminada pela esquerda. Em vez de enxergar a caridade como aquilo que ela é – uma ajuda, as pessoas têm visto tais esmolas como um “direito”, ignorando que tal “direito” exige como contrapartida, o dever de outro trabalhar para pagar a conta. O governo virou aquilo que Bastiat afirmava: a grande ficção através da qual todo mundo se esforça para viver à custa de todo mundo. Uma “vida digna” para todos, garantida pelo governo, eis o sonho atual. O governo promete aos pobres tirar dos “ricos” para distribuir em nome da “justiça social”, e promete aos “ricos” protegê-los dos pobres, que sem ajuda estatal seriam um bando de criminosos revoltados. Com esse discurso falacioso, o governo engana todo mundo, e concentra poder e recursos. Como no império romano, os governos atuais ainda dão pão e circo para as massas, sob o pretexto de ajudar os pobres. Triste é tanta gente ainda cair nesse velho conto do vigário – ou melhor, do político.
Mas de repente o imbecil sou mesmo eu, que insisto em apresentar argumentos racionais para reflexão, enquanto as massas de fato celebram o seu panis et circense, achando que o presidente Lula é o messias que veio para lhes salvar.
LEU LEUTRAIX
16 Glen St.
Cliffiside Park
NJ – 07010

COMO CRIAR UMA IGREJA EVANGÉLICA.

LEU LEUTRAIX NEWS:

Aleluia irmão! Você, por meio deste livro, agora poderá criar a sua própria igreja evangélica e ser tão poderoso quanto Edir Macedo e R. R. Soares! Basta seguir os seguintes passos:

Tabela de conteúdo
[esconder]

1 Capítulo 1 - Nome e denominação da igreja
2 Capítulo 2 - Aulas teóricas
3 Capítulo 3 - Construindo o templo
4 Capítulo 4 - Convertendo os primeiros adeptos
5 Capítulo 5 - Cultos
6 Capítulo 6 - Expandindo o quadro de pastores
7 Capítulo 7 - Expandindo a igreja
8 Capítulo 8 - Atividades extras
9 Capítulo 9 - Abrindo filiais
10 Capítulo 10 - Arrebatando a mídia(Pequenas igrejas,Grandes negócios)
11 Veja também



Capítulo 1 - Nome e denominação da igreja


Cartaz de anúncio de igrejas evangélicas

Para iniciar a sua igreja protestante (que é sinônimo de evangélico se você não sabia), antes de mais nada você deve escolher o tipo de protestantismo a ser seguido. São muitas opções: Igrejas Luteranas, Batistas, Metodistas, Presbiterianas, Anglicanas, Biscaterianas e o diabo a quatro, mas a opção de longe mais recomendada são as igrejas pentecostais, que fazem um sucesso imenso no Brasil e não têm a obrigação de se pautar nas regras da Reforma Protestante, que crente nenhum faz questão de conhecer. Ou melhor ainda, siga a linha Neopentecostal, que é igual aos pentecostais, com a diferença de que as pessoas não podem ver televisão à vontade e as mulheres precisam usar aquelas saias horrorosas e deixar o cabelo descuidado.

Agora escolha qual será o nome da sua igreja. Isso não será difícil, basta você usar a sua criatividade. Uma boa fórmula é começar o nome por Igreja, acrescentar um adjetivo enaltecedor, com o objetivo de passar uma idéia de abrangência, e por último um sinônimo para o lugar em que Deus vive, ou pelo menos que a maioria da população acredita ser o tal lugar. Também pode ser qualquer outro lugar bíblico, como por exemplo o Monte Sinai ou a muralha de Jericó. Abaixo segue um esquema:

Igreja + Adjetivo + do(a) + Substantivo + de Deus

Esquema prático de funcionamento de uma Igreja Evangélica.

Variantes sugeridas para o adjetivo:

Universal
Internacional
Interdimensional
Galáctica
Mundial
Intercontinental
Multinacional
Sensacional
Piramidal
Hexagonal
Maioral
Procedural
Carnal
Dodecagonal
Variantes sugeridas para o substantivo:

Reino
Graça
Universo
Poder
Empresa
Ordem
Máfia
Praça de Pedágio
Quadrilha
Patota
Turminha
Buraco
Suvaco
Barraco
Galáxia
Império
Para fazer exemplos, vamos pegar dois três modelos já existentes, mais alguns dos itens acima e criar alguns nomes de igrejas neopentecostais:

Igreja Universal do Reino de Deus (modelo real 1)
Igreja Internacional da Graça de Deus (modelo real 2, claramente plagiado baseado no primeiro)
Igreja Mundial do Poder de Deus (modelo real 3), claramente plagiado baseado nos dois primeiros)
A partir destes dois e dos itens sugeridos acima:

Igreja Galáctica do Universo de Deus
Igreja Intercontinental da Ordem de Deus
Igreja Multinacional da Máfia de Deus
Igreja Sensacional do Pagode de Deus
Igreja Carnal do Suvaco de Deus
Igreja Dodecagonal da Patota de Deus
Se você quer modelos mais sofisticados, também é possível substituir Deus por outras variantes bíblicas, mas aí não há uma receita de bolo. Mesmo assim darei alguns exemplos mais avançados:

Igreja Interdimensional da Praça de Pedágio da Muralha de Jericó
Igreja do Santo Dízimo de Cristo
Igreja da Mina de Ouro no Monte Sinai
Igreja de Jesus Cristo e Maria Madalena no Barraco de Deus
Igreja do Santo Dinheiro de Wall Street
Perfeito, a nossa igreja evangélica já tem um nome agora. Para ilustrar melhor este livro, usaremos o nome Igreja Dodecagonal da Praça de Pedágio de Deus a partir deste ponto. O próximo passo é aprender como que se comanda uma igreja crente.


Capítulo 2 - Aulas teóricas


Este robô também ministra algumas aulas teóricas.

Evidentemente que, para mandar em uma igreja evangélica, você precisa ter a mínima noção de como funciona uma igreja. Mas não se preocupe, não serão necessários dez anos de seminário nem curso de Teologia para se aprender, visto que até garotinhas de cinco anos conseguem chefiar multidões de crentes. A melhor fonte para você são as próprias igrejas que já existem e fazem sucesso, como a Igreja Universal. Comece a ir em alguns cultos da IURD, veja como o pastor fala e como ele faz para convencer o povo de que o dízimo de fato está afastando delas o demônio. À noite, em vez de cair nas baladas (ou nas sessões de RPG se você for um nerd), assista ao programa da Igreja Universal na Record, um prato cheio de métodos e técnicas de conversão em massa de pessoas. Lembre-se de anotar todas as frases de efeito proferidas pelos pastores e todos os versículos da Bíblia citados, mas pelo amor de Deus, cuidado para você também não se converter à IURD; não se esqueça de que os traficantes nunca se viciam nas drogas.

Além de acompanhar a prática conversiva na Igreja Universal, você também deverá ter um material de estudo em casa, que não precisa ser uma Bíblia. Recomendo um daqueles caderninhos vendidos em lojas evangélicas que vêm com uma lista de versículos bíblicos prontos, e também versões da Bíblia para crianças, daquelas que são cheias de imagens e texto bem simples, que qualquer moleque entende e se converte na hora (mas você não deve se converter de jeito algum, não esqueça). Depois de alguns dias de estudo teórico, quando você se sentir capaz de enrolar algumas pessoas com um discurso messiânico-capitalista, já poderá pensar na construção do templo.


Capítulo 3 - Construindo o templo


Fachada da sua igreja.

Para ter uma igreja evangélica, é fundamental um lugar destinado às pregações. Para isso você precisa arranjar um templo onde funcionará a Igreja Multinacional da Máfia de Deus. No começo, o templo não precisará ocupar a área de um campo de futebol e/ou uma sede estadual da Igreja Universal; o tamanho deve ser suficiente para juntar de 100 a 1000 pessoas no máximo. Templos muito grandes exigem maiores despesas com aluguel e contas de água, luz e telefone, e por ora você não pode pagar tudo isso. Alugue um barracão do tamanho de um auditório, com um banheiro no máximo (mas que seja limpo né), e está ótimo por enquanto. Dentro do barracão, coloque várias cadeiras plásticas de 1,99 e improvise um altar à frente, com um crucifixo de madeira (pode ser aquele da casa da sua avó) e um microfone se possível, senão você pode simplesmente falar um pouco mais alto e pronto.

Quanto à localização da igreja, prefira sempre comunidades grandes e pobres, de preferência a maior favela da sua cidade, afinal gente pobre é muito mais fácil de manipular, se bem que o dízimo per capita não será grande coisa, mas igreja nenhuma começou já convertendo o Kaká e a Mara Maravilha logo de cara. Além disso, se o seu público inicial for carente, ninguém vai ligar para a falta de infra-estrutura no seu barracão clerical. O seu templo não poderá dar muitas despesas iniciais, como já foi dito acima; somando aluguel e as contas de água, luz e telefone, não passe de mil reais por mês. Pelo menos você não terá de pagar IPTU, por se tratar de uma igreja.


Capítulo 4 - Convertendo os primeiros adeptos


Esse é o objetivo das suas pregações.

Depois de arranjar uma sede inicial, está na hora de arrebatar otários fiéis para a Igreja Multinacional da Máfia de Deus. Se você seguiu ipsis litteris o capítulo anterior, não será difícil arrumar gente em meio à favela que você escolheu. Basta você prometer às pessoas que a sua igreja vai tirá-las daquela pobreza toda, a qual só existe por causa da ação do capeta sobre elas, e na pior das hipóteses, mesmo que a maioria morra pobre, a sua igreja lhes garantirá a chegada ao Paraíso, onde nunca mais haverá privações e blablablá.

Para falar com os potenciais adeptos, espere até o próximo domingo e vá até algum ponto freqüentado por toda a comunidade, podendo ser uma feira livre, um camelódromo ou o boteco da esquina, e passe o dia fazendo pregações a quem passar por lá, afirmando todas as qualidades dessa religião salvadora e omitindo os defeitos. Não se esqueça de citar vários versículos bíblicos, por isso a importância daquele caderninho comprado na livraria evangélica. Nos outros dias, tente seguir de barraco casa em casa falando com os moradores da comunidade sobre a sua igreja, mas tenha cuidado para não parecer Testemunha de Jeová, apenas diga que a sua nova igreja poderá lhes dar um novo sentido à vida, acabar com o sentimento de pobreza e com certeza garantir a chegada ao céu. Também tenha cuidado redobrado em não abordar a casa do traficante da região antes de ter recolhido pelo menos alguns dízimos.

O seu objetivo inicial é converter em torno de 100 pessoas para a igreja. Consideremos que o público é pobre e a renda mensal média desse povo gira na casa de 700 reais, portanto serão mais ou menos 70 reais de cada um por mês. Haverá fiéis um pouco mais abonados, uma classe média baixa talvez, com seus 1000 reais mensais, mas também tem os que não passam de 500 contos, por isso a média 700. Com esse público de 100 crentes, a receita total será de 7000 reais, contando só os dízimos. A despesa será de cerca de 1000 reais como foi falado acima, portanto, se der tudo certo, você terá um lucro mensal de 5 a 6 mil reais no começo. No primeiro mês, é melhor você ainda continuar no seu emprego normal, para poder custear os primeiros aluguéis e contas, mas com o tempo você deverá dar total atenção à igreja, quando você puder viver dos dízimos e ofertas.


Capítulo 5 - Cultos


Esse trecho bíblico será de suma importância para o seu empreendimento.

Os cultos são uma coisa muito importante, pois não existe igreja protestante sem cultos, certo? No gênese da sua obra capitalista espiritual para com os carentes, você não precisa fazer cultos a cada hora como nas igrejas mais poderosas, mas precisará de um mínimo de atividade. Promova dois cultos semanais, um no domingo de manhã e outro no meio da semana, podendo ser quinta-feira à noite, num horário acessível a todos, ou seja, depois do trabalho. Evite a quarta-feira por ser este o dia do futebol na televisão, algo que realmente afasta as pessoas do caminho da fé. Os cultos deverão durar cerca de uma hora e você deverá estar bem vestido; para isso, arrume um terno preto o mais rápido possível.

Por enquanto você é o único pastor da igreja, o responsável por comandar os dois cultos semanais. Mas não é tão difícil assim não, basta lembrar as aulas teóricas e enrolar a multidão com alguns versículos da Bíblia, interpretados do jeito que você quiser, valendo até achismo se você não entender direito o versículo; não interessa, todo mundo vai acreditar na sua palavra. Depois de fazer uma leitura e interpretação de alguns trechos bíblicos, escolhidos por você aleatoriamente uma hora antes do culto (para dar tempo de ler pelo menos uma vez antes), bote gasolina na fogueira e comece a gritar palavras de ordem contra o diabo, dizendo que Jesus Cristo tem o poder para vencer o mal e a sua igreja possui o mais direto elo com Jesus. Logo depois desse sermão, lembre os seus seguidores de que a fidelidade no dízimo é condição sine qua non para que Jesus se lembre de cada um deles. O dízimo é a prova da aliança entre Deus e os homens, na verdade você não está pagando, mas está devolvendo ao Senhor, pois Ele já lha dá toda a proteção contra o demônio, está assim no livro de Malaquias e blablablá. Lembre-se de repetir isso em todos os cultos, para que as pessoas sintam um medo absolutamente mortal de ousar não devolver o dízimo naquele mês.

Uma vez por semana, contrate algumas pessoas para aparecerem aos seus fiéis, dizendo que você as curou de algum encosto ou que a sua igreja as livrou de uma crise de dívidas ou coisa que o valha. Esses depoimentos acontecerão logo antes do culto dominical e farão com que os adeptos acreditem ainda mais em seu pastor, que é você. Logo depois, antes de começar o culto, peça a todos que tentem divulgar a igreja aos seus amigos e parentes, afinal essa igreja realmente ajuda as pessoas, como ficou bem claro nos depoimentos.


Capítulo 6 - Expandindo o quadro de pastores


Veja o profissionalismo de um pastor.

Depois de um tempo, a sua igreja começará a ficar conhecida na comunidade, graças aos milagres operados e devidamente divulgados por você e pelos depoimentos das pessoas contratadas, e o número de fiéis deverá estar na casa de 500 dentro de poucos meses. A essa altura, a Igreja Multinacional da Máfia de Deus recolhe cerca de 20 a 30 mil reais por mês com os dízimos e você já pode pensar em começar a expandir o seu negócio. Vamos contratar mais pastores para a igreja.

O salário de um pastor está por volta de 3 mil reais por mês, um ótimo pagamento, sendo que ele trabalha poucas vezes por semana. Contrate três pastores profissionais para fazerem todo o seu trabalho na igreja, agora você não precisará mais comandar os cultos pessoalmente. Além disso, com esse novo pessoal, os cultos poderão ser diários e duas vezes por dia, sendo um dia manhã e noite, o outro dia tarde e noite e assim sucessivamente, com o horário previamente distribuído entre os três pastores. Apareça de vez em quando no culto do domingo para falar sobre as pessoas que mudaram de vida com a igreja, acompanhando os depoimentos semanais. Assim você não deixa de ser lembrado pelos seus seguidores sem mais ter de fazer sozinho todo o trabalho, ou a obra, no jargão protestante.

Treine os pastores para que eles consigam imitar perfeitamente seus gestos e voz. Isso possui um efeito subliminar muito importante sobre os fiéis. Eles inconscientemente ficarão com a sensação de que você está sempre por perto, acreditando que você tem o dom da onipresença.


Capítulo 7 - Expandindo a igreja


As igrejas evangélicas, na falta de saúde pública na região, também curam os enfermos.

Agora você nem precisa mais bancar o pastor, pois já tem um quadro de profissionais competentes para isso, e o rebanho de fiéis cada vez mais aumenta, chegando uma hora em que o seu barracão não comporta mais todo mundo. Chegou a hora de você construir uma sede maior para a igreja. Para ter uma idéia de como é uma igreja evangélica de médio porte, faça como você já fez nas aulas teóricas: vá até uma Igreja Universal e anote toda a infra-estrutura, desde o tamanho até o número de cadeiras disponíveis, a quantidade de cômodos além do auditório, incluindo secretaria e centros de atendimento aos fiéis. Nesse ponto, estimo que se passou um ano desde a fundação da igreja, e você deverá ter por volta de 100 mil reais disponíveis para erguer um templo de verdade, digno da sua ambição.

Compre um terreno próximo ao barracão clerical onde você fundou a igreja e inicie a construção do novo templo, que deverá suportar até 5000 pessoas, incluindo agora cadeiras de melhor qualidade, um altar igual àqueles usados na IURD, alguns banheiros e um setor de atendimento ao cliente. Dentro de alguns meses o complexo estará pronto, desde que você contrate uma boa equipe de pedreiros e um engenheiro confiável para a obra. A despesa da construção estará entre 100 e 200 mil reais para um templo de tamanho médio, mas se você já tem 1000 fiéis, serão 70 mil reais por mês com as ofertas, e mesmo descontando aluguel, contas e salários, sobram mais de 50 mil, portanto um ano é mais do que suficiente para angariar os fundos necessários à expansão da igreja.

Quando a nova sede ficar pronta, imediatamente transfira todas as atividades para lá, assim você não precisará mais pagar aluguel todo mês. Agora a sua igreja está bem maior do que no início, e certamente você já contratou secretárias, faxineiras e mais alguns pastores, possibilitando cultos três vezes por dia. Você já é conhecido nos bairros vizinhos também, inclusive atraindo pessoas da classe média, agora que o templo está mais sofisticado, o que significa que o dízimo só tende a aumentar. Está na hora de criar mais algumas atrações para o seu respeitável público.


Capítulo 8 - Atividades extras


Calma, ele não está asfixiando o sujeito. Isso é uma sessão de descarrego.

Igreja que é igreja não oferece apenas cultos. Como a Igreja Multinacional da Máfia de Deus já não é uma igrejinha de fundo de quintal, podemos pensar em outras atividades para as pessoas. A mais clássica atividade extra-culto sem dúvida alguma é a sessão de descarrego, acompanhada de outras coisas como Vale do Sal, Óleo Santo do Monte Sinai e por aí vai. Antes de mais nada, organize sessões de descarrego uma vez por semana, preferencialmente no culto de domingo à tarde, quando todos podem ir à igreja. Nem se preocupe em aprender a descarregar encostos, já que os seus pastores se encarregarão de todo o trabalho árduo, mas não se esqueça de aparecer de vez em quando na sede para acompanhar as sessões e mostrar a todos que você é um líder presente.

O próximo passo é criar alguns itens mágicos, exatamente como aqueles dos RPGs, e lhes atribuir poderes espirituais para serem usados em atividades extra-culto. Por exemplo, pegue uma espada de madeira, pode ser uma daquelas de Kendô mesmo, e use-a numa sessão de descarrego para auxiliar na luta contra os encostos. Basta dizer que se trata da Espada Sagrada Vorpal +5 do Arcanjo Miguel; o efeito psicológico sobre os fiéis é garantido. Também vale criar cenários exóticos durante a sessão, como é o caso do Vale do Sal. Uma boa idéia de cenário diferente é, em vez do sal, espalhar um monte de rosas vermelhas no caminho até o altar, que deverá ser percorrido por todos os fiéis, e no altar você colocar um boneco de pano com um pouco de areia dentro, pendurado no teto por uma corda, igual àqueles negócios usados para treinar Boxe e Muay Thai. O boneco deverá ser a cara do Saga de Gêmeos em seu lado maligno, e então você deverá mandar o seu seguidor encher de porrada o boneco, que representa o demônio e todos os males que ele está enfrentando.

Chute o demônio, expulse o mal que lhe atormenta!! Não desista, em nome de Jesus!!
Você estimulando o povão a socar o boneco do Saga de Gêmeos


A criatividade é toda sua para inventar outras atividades similares, que certamente animarão a multidão, porque o pessoal adora novidades. Uma outra idéia é fazer as sessões de descarrego tradicionais no domingo e as sessões personalizadas no meio da semana, mas sempre variando a temática da sessão; num dia, Vale das Rosas contra o Saga, no outro, a Bênção da Espada +5, e assim sucessivamente.


Capítulo 9 - Abrindo filiais


Agora você poderá comandar igrejas deste porte.

Parabéns, jovem empresário pastor. A sua igreja é um imenso sucesso e você nunca viu tanto dinheiro de dízimos e ofertas na sua mão. Uma igreja só não é mais suficiente para manter o seu império em expansão, então vamos pensar em abrir novas filiais da Igreja Multinacional da Máfia de Deus. Procure mais alguma comunidade grande e ignorante da sua cidade, nos moldes da favela onde você abriu aquele barracão inicial, e construa outro templo igual ao que você usa agora como sede matriz. Contrate mais pastores e secretárias para trabalharem apenas na nova filial e mantenha lá a mesma grade horária da matriz, incluindo as atividades extra-culto, com a diferença de que você não precisa ficar visitando a filial toda semana.

Com a grana que você está faturando agora, é possível abrir várias filiais por ano, afinal o império não pode parar, certo? Pois meta a mão à obra e abra várias filiais logo depois desta, cobrindo toda a sua cidade com a sua igreja por meio de filiais localizadas em pontos estratégicos. Se for um bairro grande, considere fazer um templo maior do que a matriz, daqueles comparáveis a grandes ginásios esportivos pelo tamanho. E se tudo der certo, a sua igreja será mais influente do que a Igreja Universal na sua cidade.

Por último, haverá a opção de instalar filiais em outras cidades do Brasil, quando não houver mais espaço nas suas próprias redondezas. Isso dará bem mais trabalho, evidentemente. Para levar o seu projeto a outras regiões, será necessário o último passo deste manual, que é conquistar a mídia.


Capítulo 10 - Arrebatando a mídia(Pequenas igrejas,Grandes negócios)


Exemplo de publicação do gênero.

Finalmente, para transformar a sua igreja numa potência de nível nacional, será preciso tomar para si o poder da mídia, e isso dará algum trabalho mesmo para a sua colossal igreja. Comece por meio de jornais e periódicos próprios, publicados na sua cidade e região metropolitana, o que garantirá de uma vez por todas a sua supremacia regional no âmbito religioso/protestante. Até a Igreja Católica irá tremer perante a Igreja Multinacional da Máfia de Deus. Depois disso, procure comprar horários na televisão para transmitir seus cultos em todo o estado, e mais tarde, em todo o país. Comprar algumas horas de programação lhe custará algumas centenas de milhares de reais por mês, mas agora a sua igreja é milionária e isso não será nada para o seu tesouro.

Graças aos programas de TV, a sua igreja se tornou famosa em todo o país e concorre com as maiores igrejas do ramo. Por último, como o golpe final rumo ao sucesso na carreira evangélica, basta comprar uma emissora de televisão e nela veicular todos os seus cultos e sessões alternativas de descarrego. Quando esse dia chegar, a sua igreja será imortalizada e entrará para os anais da História.
leu leutraix

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